sexta-feira, 4 de maio de 2012

Life's happening outside my window

Hey there. How are you? How is your sleep? How is your project?
Esta semana não me acaba. Andei a 1000/h, fiz mil coisas, umas sairam mesmo bem, outras nem tanto. Vida normal.
E hoje, quando pensei que podia ter finalmente um pouco de paz, alguém me parte o coração. Acredita, mesmo à minha frente, pude ouvir os estilhaços. Nunca me tinha acontecido, juro-te, tu sabes que não sou assim, isto é tudo novo... Encontrei finalmente igual que eu, e perdi-o porque somos realmente demasiado iguais. E a graça é que olhava para ele, e me estava reconhecendo em tudo o que passiva-agressivamente me disse, porque eu fiz o mesmo, igualzinho, com a mesma cara, expressão e palavras, há poucas semanas atrás, também com ele, mas do outro lado. Parecia que me olhava ao espelho, mas a diferença é que desta vez não é a minha gémea, não partilhou utero comigo 8 meses e não tem que me perdoar porque sim...

E a pergunta que se impoē: How do you fix a broken heart? Because I haven't the smallest clue...

E tu não podes dormir, pelo doutouramento em Cambridge, pelo sonho de Stanford. E a J., que trabalha agora em Portimão e queria vir para Barcelona (e quando percebeu que não podia pos-se a treinar para ir para a Alemanha) foi chamada para uma 2ª entrevista em Bruxelas, e não sabe se ir..
E lembro-me da ironia do fim-de-semana passado, em que pelo telefone tentava tranquilizar a mãe quando me falava no nosso "eterno sofrimento", "que nunca estamos contentes e queremos sempre mais" e dizia-lheque temos trabalho, comida, casa e roupa lavada, alem de estarmos a fazer exactamente o que escolhemos há 2 anos trás (bem ou mal escolhido, sabe-se lá). Reforcei on meu argumento dizendo que infeliz é a minha senhora da limpeza, que nunca sabe se chega ao final do mes, ou os jovens como nós desempregados há anos ou com bolsas precarias. E ela ficou mais calma, e mandou-me um beijo a 1200km de distancia.

Mas hoje, só hoje, desejava não ter pedido tanto, ou seguir desejando impossiveis. Queria uma vida normal, quotidiana, aborrecida, que não me obrigasse a ser uma viajante profissional (e, pior, sem saber ser de outra forma). Que a eterna duvida não fosse como satisfazer a ambição desmedida, como ser sempre mais e melhor, ou em que pais vou a viver nos próximos anos, mas sim o que vou fazer para o almoço esse dia, ou em que dia tenho cabeleireiro.
Como as pessoas normais, que só querem chegar ao dia seguinte...
E então este blog não se chamaria entre Cambridge e Barcelona, porque não teria sentido, mais bem seria entre Molhe Leste e Baleal, um post tipo "encontramo-nos no Ponto d'Encontro as 14h da tarde, leva o Expresso e a Visão",e tudo seria tranquilo, e decorreria sem ondas...

E esta manhã,à J., digo-lhe sorrindo a eterna frase de John Lenon: "Life is what happens when you're busy making other plans". E ela ri-se. Mas nessa mesma tarde, esta frase começou a tomar um sentido totalmente diferente...
Um beijo, I really miss you.

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