quarta-feira, 22 de maio de 2013

We are old...

Noto que estamos mais velhas quando uma antiga opinião tua vem, subitamente, retratada nos jornais...

Energias renováveis "viciadas" em subsídios

  Os subsídios às renováveis já não servem a ninguém. Os fornecedores estão contra, os Estados-membros estão a perder dinheiro, os contribuintes estão a pagar mais pela energia e Bruxelas está farta de um sistema sem regras nem limites.
  As subvenções apareceram para apoiar a nova indústria até que os custos baixassem, mantendo as tarifas acessíveis. Os custos nalguns casos já desceram, mas os subsídios continuam intocáveis e os consumidores herdaram, entretanto, um défice tarifário que promete agravar a factura para os próximos anos.
  Esta é uma política que prejudica até as empresas, que são agora as primeiras a apontar os defeitos do sistema. Hans ten Berge, secretário-geral da Associação Europeia da Indústria da Electricidade, diz que os subsídios são como droga e toda a indústria está dependente.
  “O cliente já não está a pagar pela energia, mas pelas políticas decididas pelos políticos. Temos capacidade suficiente? Vivemos anos com capacidade suficiente, com fornecedores que faliam se não garantissem as necessidades dos consumidores. Agora não precisamos de fornecedores que vivam consoante as necessidades do cliente. Garantimos às empresas 20 anos de rendas, independentes da procura. É o sistema que temos na Europa neste momento, posso dizer-vos que é como heroína: todos aproveitamos, diariamente, estamos viciados.”
  Esta subsídio-dependência acabou com o mercado nas renováveis, explica Michael Suess, um dos administradores da Siemens, o gigante alemão com uma forte aposta na energia.
  “Não há nenhum mercado ou, pelo menos, nenhum que siga as regras normais de mercado. O o que temos nas renováveis é um mercado altamente subsidiado, na Alemanha, Espanha, Itália. Hoje, onde quer que vamos, encontramos renováveis com uma enorme capacidade, porque a produção não segue a procura, mas a disponibilidade das fontes, quer seja o vento, o Sol, ou o que seja... e não existe capacidade de armazenamento”, afirma Michael Suess.
  Em Portugal, o Governo anda agora a renegociar as rendas na energia, mas o défice tarifário que se foi acumulando está prometido para os clientes.
  O director-geral para a Energia da Comissão Europeia, Philip Lowe, admite que é tempo de corrigir o caminho, sobretudo em países como Portugal, que enfrentam políticas severas de austeridade. “Na energia solar voltaica e nas eólicas os preços baixaram de forma dramática, por isso os subsídios também podem descer”, defende.
  Uma posição que encontra eco no grupo francês GDF Suez, o segundo maior do mundo no ramo da energia. “É muito nobre subsidiar as novas tecnologias no arranque, mas acho que hoje temos que tomar as melhores decisões do ponto de vista económico. Se podemos ter energia através de renováveis por 80 euros, porque vamos desenvolver energia por 300 euros? Devemos, pelo menos, optar pelas renováveis mais económicas”, refere o presidente do grupo GDF Suez.Jean-François Cirelli sublinha, no entanto, que não será fácil inverter esta política de subvenções.
  Os grandes fornecedores europeus defendem uma política energética comum aos “27”, mas o motor da economia europeia, a Alemanha, é apontado agora como o principal obstáculo. Segundo Leonhard Birnbaum, vice-presidente europeu do Concelho Mundial de Energia, até às eleições nada vai mudar naquele país.
  A Comissão Europeia promete novidades para breve neste capítulo. Segundo o director-geral para a Energia da Comissão Europeia, Philip Lowe, o objectivo é impor regras num mercado onde cada país é agora livre para atribuir as ajudas que entender.
  Se nada mudar, uma coisa é certa, a factura vai continuar a aumentar e é sempre o mesmo a pagar, avisa  Michael Suess, administrador da Siemens.

at: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=108182.   22/05/2013

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