terça-feira, 11 de setembro de 2012

Forrest Gump

Ainda hoje não sei se qual das duas versões do proverbio chinês é verdadeira: se "may you live in interesting years" ou "God forbid we grow in interesting years".
Mas hoje lembrei-me de Forrest Gump.
Hoje é o dia da Diada Catalana, o dia em que os catalães perderam a Idependencia no séc XVII, e nós ganhámos a nossa (graças a eles, parece ser). E hoje, metade da Catalunya sai à rua para reclamar um Pacto Fiscal, ou, em seu defeito, a independencia. E nunca antes tanto apoio houve, talvez empurrados pela crise, talvez por um catalanismo acentuado pelo desemprego e pela humilhação de ser ver obrigados a pedir um rescate a España quando são a comunidade que mais paga para o Governo Central.
E eu, expectadora fervilhante mas distante (pela objectividade que me permite a minha nacionalidade), não posso deixar de admirar a História que de desenrola debaixo da minha janela.
E tu vives em Londres na época em que a City reina a cidade, e em que a Europa discute uma moeda que cada vez mais os ingleses agradecem não ter. Em que os Estados Unidos da Europa lutam para sobreviver, e tu podes assistir, do lado de dentro do palco, à perspectiva de um país que nunca quis pertencer a nada disto.
E os EUA têm pela primeira vez um Presidente negro e querem reelegelo. E Portugal pediu um rescate quando os nossos dois pais são funcionários públicos e todos estes cambios lhes afectam directamente.
Hoje tenho curiosidade de saber qual dos dois provérbios é real, para que a ancestral sabedoria chinesa me ajudasse a antever como esta montanha russa acaba para gente como nós. E como nós digo duas Forrest Gump, cuja maior diferença com esta personagem de cine é o nosso sentido critico demasiado over-developed (como me disse ontem o meu chefe). 
E os nossos good-looks claro. E não ter jeito nenhum para correr.
Sem ser estas diferenças, tal como Forrest, parece-me que a Historia Contemporanea nos passa de trás e envolve-nos, tal qual cenário de fundo no cinema, mas a 3D.
Just glad there's two of us, that's all.

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