segunda-feira, 27 de junho de 2011

Please sir, can I have some more?

Ouvi no Daily Show um paralelismo entre a situação da Grécia (e da Europa) e a crise americana que não conhecia. No caso de bancarrota da Grécia, mais que o perigo de contágio directo (das entidades que detêm títulos de dívida grega) há o perigo de contágio indirecto (as credit-default swaps que têm de ser pagas a quem 'apostou' no incumprimento). A questão para a Europa e para a América é que ninguém sabe bem que entidades detém o quê e quem, no final de tudo, vai ter que pagar...


Os videos do Daily Show:






A noticia do Expresso:

A incógnita na pirâmide de derivados

Contudo, como já explicou o próprio presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, o problema não está, apenas, nesta exposição directa, mas em toda uma teia de exposições cruzadas às dívidas soberanas da zona euro.

E aspecto ainda mais complexo diz respeito aos derivados financeiros ligados à dívida soberana grega. O valor líquido dos credit default swaps (cds, seguros financeiros contra o risco de incumprimento da dívida soberana) situam-se hoje em 5 mil milhões de dólares (cerca de 3,5 mil milhões de euros), inferior inclusive ao valor dos cds sobre a dívida portuguesa (que somam mais de 6 mil milhões de dólares). Inclusive esse valor líquido para a Grécia baixou quase 30% nos últimos doze meses, em virtude de maior atividade especulativa sobre as dívidas de países como Estados Unidos, China, Japão, França, México, Bélgica e Espanha.

Em caso de um evento de crédito (alguma modalidade de default) os detentores desses cds sobre a dívida grega poderão reclamar o seu reembolso num momento de pânico financeiro. Contudo, a enorme incógnita é saber o que estará na pirâmide de derivados financeiros relacionada com os cds sobre a dívida grega.